Diário do Purgatório © 2012 - 2014
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"Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better." Samuel Beckett
por Fernando Lopes, 29 Out 14
Há muito, muito tempo atrás, este vosso amigo teve um ano sabático. Com a namorada nos Açores, bebeu para afogar a saudade. Bebeu muito, sentou-se lado a lado com a pobreza, fome, alcoolismo. Conviveu com gente simples, cuja única ambição era ter sempre comida na mesa. Conversou o inconversável, ouviu o incontável, ganhou-lhes um enorme respeito. Sentiu-se uma das ovelhas ranhosas, entendeu os seus porquês, descobriu que as margens são povoadas de gente como nós, só que com menos sorte. Aprendeu técnicas de gamanço, a distinguir vários tipos de haxixe, onde parava a bófia, com quem falar em caso de ajuste de contas. Amou-os e por eles foi aceite, não como invasor ou animal de circo, mas como amigo. Partilhou a mesa do café com prostitutas e ouviu a «estória» que a seguir se reproduz:
- O Manel ontem bateu-me por ter levado pouco dinheiro.
- E tu?
- Chamei o Artur para o pôr fora de casa. Refilou, ainda se engalfinharam, mas não teve outro remédio. Já estou farta de andar com agarrados que mamam o guito todo. Que o pariu, não o quero ver mais.
- Bem feito, para ele ver que a gente somos putas mas também temos sentimentos.
Tinham.
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