Diário do Purgatório © 2012 - 2014
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"Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better." Samuel Beckett
por Fernando Lopes, 25 Jul 14
Pode parecer estranho escrever algo não para quem não nasceu, mas para quem não se sabe se irá nascer. Este vosso avô é um tipo peculiar. Escrevo-vos porque me dei conta que ao ser pai tardio dificilmente vos irei conhecer, brincar convosco, levar-vos ao parque da cidade para ficarmos ali, em silêncio, ao pé do lago, ouvindo o coaxar das rãs. Ocasionalmente o avô é dado a estas epifanias. Só quero dizer-vos que espero que o mundo que vos deixo seja melhor que o que me deixaram. Foi assim com o meu pai e avô. Se a genética for uma ciência confiável, herdareis de mim grandes angústias e momentos sublimes, tereis a noção que nesta bola azul, coexistem o mais nobre dos caracteres e o mais vil dos homens, a beleza e a fealdade, a glória e a tragédia. Não vos sei explicar porquê, mas são assim o mundo, a natureza, os homens. E isso é bom. Este que vos olha do passe-partout existiu em carne e osso, amou e foi amado, viveu com a maior dignidade que lhe foi possível. Não tem lições para dar, conselhos solenes, estórias que mereçam ser contadas. Andou por aqui a fazer o melhor que lhe foi possível, esforçando-se por ser humano, empático, coerente. Se abraçarem estes valores simples que ensinei à minha filha, vossa mãe, o homem da fotografia, vosso avô, ficará feliz porque já fez um bom trabalho. E isso é bom, mesmo muito bom.
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