Diário do Purgatório © 2012 - 2014
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"Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better." Samuel Beckett
por Fernando Lopes, 31 Mai 14
Final de tarde. Decido-me por uma caminhada pelo centro da cidade, para oxigenar o corpo e limpar a alma. Chegado a Cedofeita deparo com uma feira já a encerrar. No caos organizado há vendedores de presuntos, geleias, sanduiches, bolinhos de bacalhau, rissóis e pastelinhos de nata. Artesanato de madeira, jóias e pano, jovens vestidos de Minnie, Piratas das Caraíbas e dra. Remédios. Passeiam-se por este fim de festa sobretudo estrangeiros.
Umas centenas de metros à frente, nas Galerias de Paris, gente com ar de nobreza falida vende memorabilia e antiguidades. Dizem que faz parte da movida tripeira, chamam-lhe «comércio alternativo». O que me vem à memória são os souks de Tunis e Marraquexe em versão europeia. Cínico como sempre, não vejo em quem confecciona frascos de compota, sandes de presunto ou fritos caseiros, uma afirmação gastronómica; não creio que os jovens fantasiados de personagens de banda desenhada estejam no prelúdio de uma carreira nas artes de palco; custa-me a aceitar que as senhoras de ar severo que vendem velhas pratas nas Galerias ensaiem um ambicionado percurso de antiquário.
Tirando as referências culturais – essas sim, maioritariamente europeias – estes mercados parecem destinados sobretudo a aumentar magros orçamentos familiares. Quando éramos jovens, tirávamos tralhas de casa para vender na Vandoma com o intuito de completar a mesada. Agora existe uma transversalidade que me parece reflectir mais necessidade que vontade. Serei por certo excessivamente dramático, mas vejo os souks da minha cidade com alguma tristeza.
por Fernando Lopes, 31 Mai 14
Admirador quase incondicional de J. Rentes de Carvalho, assisti com enorme prazer à homenagem que lhe foi prestada no âmbito do LeV. Não escrevi aqui sobre a sessão por duas razões: as minhas palavras nada iram acrescentar e por um prazer egoísta de quem resguarda um pequeno tesouro como se fosse só seu. Ao contrário de Soliplass, que tive o enorme prazer de conhecer, o meu talento com as palavras é reduzido, mantendo distância respeitável e embaraçada humildade, quase reverência, perante brilho alheio. Inspirado pelo meu novel amigo – acho que o posso chamar assim – um frequentador assíduo de alfarrabistas tanto em Portugal como no Brasil, lancei-me na demanda de encontrar antigas obras de J. Rentes de Carvalho, a quem toda a gente, numa familiaridade quase desrespeitosa, tratava simplesmente por «José». Eis o resultado, um livro já com as maleitas do tempo, que lhe dão «estória». Vai directamente para a minha secção de tesouros.
boa tarde , estive neste sitio esta semana e pergu...
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