por Fernando Lopes, 26 Jan 11
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Fonte: flickr |
Por curiosa coincidência, vou amanhã a uma "entrevista" para inscrever a minha filha no ensino privado. Longe da polémica com o ensino privado, a minha opção prende-se com dois factores fundamentais:
1 - Proporcionar uma ambiente teoricamente mais protegido a uma criança que então terá seis anos.
2 - Procurar um estabelecimento onde a bitola da exigência seja nivelada por cima e não por baixo.
Foi uma decisão reflectida, pensada como um investimento, que os tempos não estão fáceis e a propina não é baixa.
Curiosamente, foi um grande amigo meu, engenheiro de formação e professor por vocação, que mais contribuiu para esta opção.
Em jantar de amigos, manifestava-me a frustração por não poder acompanhar alunos mais expeditos, que rapidamente se desiludiam com o ritmo a que a aulas eram dadas. Dizia-me ele, que tendo 15 alunos no nível médio/bom e 15 de nível baixo/fraco, tinha de optar por seguir um andamento mais lento em detrimento da procura da excelência.
Após longa reflexão, com a consciência de que os colégios privados podem criar seres alienados, que acham que toda a gente tem carro, casa e vive uma vida relativamente confortável decidi inscrever a minha filha no ensino privado.
Cabe-me fazê-la reflectir, respeitar e apoiar os mais desprotegidos, saber que, neste mundo cão, existem mais espinhos do que rosas.
A maior parte dos pais quer ter os filhos em ambientes resguardados, e com níveis de aprendizagem excelentes.
Quem puder pagar deve fazê-lo, tendo sempre, como muito bem disse, a preocupação de que o seu rebento conheça outras realidades, e que respeite o seu semelhante e que acima de tudo seja um bom ser humano!
Mas acho que isto não tem nada a ver com os ensinos privados ou públicos, esta devia ser a tarefa de todas as pessoas que se intitulam pais ou encarregados de educação: formar "almas" na justiça e na solidariedade.
Mas para isso acontecer, teria que existir uma "admissão" ao cargo de educador, e que a procriação não fosse um acto puramente biológico!
Abraço
Ana